Todos os dias ela coloca alpiste no peitoril da janela. E lá vem o faceiro passarinho iluminar a manhã. Acostumado a bonança da casa, confiante entra pousando no móbile. Ecoam sinos de minúsculas catedrais. Logo o pássaro levanta voo deixando o tapete coberto de poemas. No telhado vizinho espera aprovação. Ela leva a mão aos lábios e joga-lhe um beijo. São amigos desde há muito tempo. Ele é o Malaquias do Quintana, aquele anjinho barroco que tem as asinhas na bunda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário